Colégio Estadual Agrícola de Magé: a história de uma luta por justiça social e desenvolvimento

Francisco Pontes de Miranda Ferreira

O Colégio Estadual Agrícola de Magé RJ está na história da agroecologia, da educação e da luta por justiça social na região do recôncavo da baía de Guanabara. Essa admirável memória está muito bem contada no livro do idealizador do projeto, professor Luiz Carlos Gomes Carneiro, recentemente editado por José Felipe Monteiro Pereira. “Essa caminhada não foi fácil, porém o resultado, como o leitor poderá perceber, apresenta importantes contribuições de relevância sobre a história do Colégio Estadual Agrícola de Magé”, ressaltou o editor José Felipe. Trata-se de uma importante história do território que cerca a baía de Guanabara.

O professor Carneiro, como é mais conhecido, formou-se na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), onde realizou curso superior e técnico em agropecuária. Na universidade foi representante da turma em todos os anos, dando início a sua importante vida de militância. Professor Carneiro foi dos poucos que teve a consciência do enorme potencial agrícola de Magé com abundância de recursos hídricos e localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, podendo ser relevante abastecedor de alimentos para essa população. A atividade rural sendo também essencial para evitar-se o êxodo rural e para promover emprego e renda para muitos jovens. Com este ideal, as atividades do Colégio Agrícola iniciaram-se em 1989 no prédio e espaço do Centro de Ensino Integrado Público (CIEP) do bairro da Figueira no Centro de Magé. Em 1991 a primeira turma de técnicos agrícolas formou-se. Só em fevereiro de 2000, com muita luta, o colégio foi transferido para a Fazenda Conceição do Suruí e foi dado início ao Projeto do Centro de Educação Integrado Agroecológico Barão George Henrich Von Langsdorff (Projeto CEIA). Este processo está muito bem relatado no livro “Memorial: A História da Realização de um Ideal”.

A obra demonstra a perseverança, luta, determinação e conquistas do professor Carneiro e muitos companheiros desta jornada na consolidação de um centro de referência em agricultura, educação, meio ambiente e mobilização. A educação rural foi finalmente contemplada em seu conjunto com desenvolvimento de pesquisa e educação profissionalizante e o livro mostra como tudo isso iniciou-se num CIEP urbano e depois foi finalmente transferido para a zona rural. O “Memorial” contém inúmeros depoimentos e ilustrações das técnicas agrícolas sendo implantadas. O potencial da psicultura na região também foi fortalecido, assim como os princípios da agroecologia. O memorial conta também a história dos diversos eventos promovidos nesta trajetória como encontros, seminários e congressos. O principal é a luta política destacada e todas as importantes conquistas.

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Secretária Estadual de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, divulga livro do professor Carneiro sobre história do Colégio Agrícola.