Você sabe o que é economia criativa?
- agroecoturnoticias
- 7 de ago. de 2021
- 3 min de leitura

Francisco Pontes de Miranda Ferreira
O conceito de economia criativa é relativamente novo e ainda temos poucos trabalhos acadêmicos tratando do assunto. A economia criativa acrescenta a própria criatividade aos setores tradicionais da economia: agricultura, turismo, indústria e serviços. Em nossa sociedade de consumo de massa as pessoas não prestam a atenção aos processos envolvidos na produção de um produto ou serviço. Geralmente, o conceito de criatividade é relacionado a um produto novo e diferente. Mas, que se produzidos em massa e com as tradicionais relações de trabalho e relação sociedade/natureza na verdade não apresentam nada de criativo. Criatividade é, antes de tudo, um processo mental e cultural em que a comunicação adquire uma importância fundamental. As novas ideias, as novas relações incluídas na economia criativa vão necessariamente produzir um novo valor e significado ao serviço ou produto final. A economia criativa é uma visão de futuro.
A economia criativa já representa cerca de 7% da economia mundial (SUCIU, 2008). A economia criativa inclui todo o setor de produção cultural, design e marketing. O mais importante é a sinergia em que todos devem estar abertos para novas ideias e inovações diversas. O crescimento econômico regional é a prioridade e, portanto, todos devem estar atentos às potencialidades locais. A diversidade é um fator muito relevante com o fortalecimento das potencialidades regionais. O foco está na capacidade criativa dos indivíduos e do grupo e não mais na empresa como ocorre na economia clássica. Na economia criativa evita-se altos investimentos que podem tornar o negócio inviável. A imaginação fica acima do racional e deve-se buscar a simplicidade nas ações. Os talentos de cada membro do grupo devem ser valorizados. Nos tempos atuais devemos investir junto com a economia criativa, nos meios de comunicação, com destaque para as redes sociais na internet. Procurando com isso, além da divulgação, a criação de parcerias. Na economia criativa deve haver uma ética socioambiental e todos os participantes têm como objetivo a felicidade geral. O tradicional deve ser rompido sem medo, sabendo que os riscos serão de todos, em que a flexibilidade e a adaptação são mais importantes do que a eficiência. Os diversos setores devem participar e interagir na economia criativa: poder público, empresas, academia, associações. A rede conecta, portanto, talentos, tecnologias, capital e conhecimento. Na economia tradicional os operários não opinam e não apresentam ideias e esta tarefa cabe aos gerentes e técnicos. Já na economia criativa todos devem participar e apresentar ideias em todas as etapas da produção. Não existem técnicos e gerente com opiniões incontestáveis. Assim a autoestima e a criatividade individual são o tempo todo valorizados e o a diálogo como parte do processo (SUCIU, 2008).
O Brasil é considerado um país com enorme potencial para a economia criativa devido, principalmente, à sua diversidade e riqueza cultural e turística. De 2011 a 2014 houve uma política para o setor dentro do Ministério da Cultura. Os objetivos eram colocar a cultura como prioridade no desenvolvimento nacional e utilizar da diversidade como importante recursos humano para a formação de solidariedade (FLEMING, 2019). O Brasil seguiu o documento da UNESCO de 2019 que definiu os principais setores da economia criativa:
1. Patrimônio Natural e Cultural;
2. Espetáculos e Eventos;
3. Arte e Artesanato;
4. Livros e Periódicos;
5. Audiovisual e Mídia;
6. Design e Serviço criativos.
O ser humano recria-se a cada momento e as formas de sobrevivência e de atividade econômica devem acompanhar esse potencial humano e jamais se tornarem um obstáculo à criatividade.
Referências
FLEMING, T. The Brazilian Creative Economy. Newton Fund and British Council, 2018.
SUCIU, M.C. The Creative Economy in Lex et Scientia. Jan, 2008.
Santo Aleixo além de ser uma Graça, é rico em pessoas talentosas! Temos muito a crescer em todas as partes: Educação, Cultura, Lazer, Turismo, Agricultura...