Agricultores da região recebem sementes de soja orgânica alternativa
- agroecoturnoticias
- 24 de nov. de 2021
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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (Setor de Agroindústria de Alimentos) continua seu projeto para incrementar a soja Edamame orgânica (BR 267) na região do entorno da baía de Guanabara. O pesquisador e coordenador de articulação do projeto, Mauro Sérgio Vianello Pinto, esteve no dia 24 de novembro no Centro Cultural de Santo Aleixo para distribuir 11 Kg de sementes da soja Edamame e mais cinco Kg da soja 216, em que se utiliza o broto como alimento. Trata-se de uma parceria importante entre a EMBRAPA, o projeto AGRECOTUR, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (EMATER – Rio), secretarias municipais de agricultura de Magé, Guapimirim, Itaboraí e Rio Bonito e diversos produtores rurais agroecológicos regionais. Além das sementes, a EMBRAPA distribuiu material explicativo e de divulgação.

O potencial da soja Edamame para os pequenos agricultores familiares do recôncavo da baía de Guanabara é enorme e o produto precisa ganhar espaço no mercado, sendo ainda pouco conhecida de produtores rurais e de consumidores. Mauro Sérgio explicou que estão trabalhando com esta soja desde 2017 com poucos recursos, mas buscando parcerias. O responsável pelos projetos agrícolas do projeto AGRECOTUR, Aloísio Sturm, falou que a parceria da EMBRAPA já criou relevantes unidades de pesquisa na região com milho, feijão, mandioca e batata doce e que agora o desenvolvimento da Edamame vai trazer muitos benefícios: “com poder nutritivo enorme e podendo ser consumida direta, sem processamento”, apontou Aloísio. A soja Edamame será mais um produto para diversificar a produção e o consumo de alimentos, sendo altamente saudável e produzida dentro dos princípios da agroecologia. A soja tradicionalmente no país é um produto de exportação, ligado à monocultura e usada para ração animal e esta inciativa vem justamente apresentar uma alternativa mais sustentável. Os representantes das secretarias e os produtores receberam ainda o inoculante para ser misturado com a semente e realizar a fixação de nitrogênio. O potencial da soja Edamame para os pequenos agricultores familiares do recôncavo da baía de Guanabara é enorme e o produto precisa ganhar espaço no mercado, sendo ainda pouco conhecida de produtores rurais e de consumidores.

Um dos beneficiados foi o produtor agroecológico do Fojo, em Guapimirim, William Pacheco Rosa, que vai experimentar a soja em sistema agroflorestal. O técnico da EMBRAPA avisou, entretanto, que é necessário tomar cuidado com o sombreamento que pode prejudicar a produção. Luiz Henrique Santos Teixeira, representando a Associação de Agricultores Biológicos do Estado Rio Janeiro (ABIO), levou sementes e inoculantes para diversos produtores rurais de vários municípios e acredita no potencial desta soja. A técnica agrícola de Itaboraí, Suzan E. Vieira, também confirmou o potencial da soja Edamame e ressaltou que a produção rural no município ainda é significante e que predominam os cultivos tradicionais como a laranja. “Um trabalho de informação e convencimento será necessário”, destacou Suzan. Mauro Sérgio, da EMBRAPA, ressaltou que uma rede social que envolve técnicos, produtores, extensionistas e consumidores está sendo desenvolvida para atingirmos o sucesso definitivo da soja Edamame em nossa região. Ele apontou várias localidades do Estado do Rio de Janeiro e do país em que projetos semelhantes estão acontecendo e defendeu um relevante trabalho de informação e marketing. Após uma próxima colheita, a ser realizada no espaço do projeto AGRECOTUR, um Dia de Campo será promovido para vários participantes. Os agricultores locais também vão experimentar o plantio três ou quatro vezes por ano, fato que poderá dar acesso à soja orgânica no mercado, praticamente durante todo o ano. A soja Edamame precisa finalmente tornar-se um alimento popular.

Projetos Agrícolas ganham importante apoio político
O Deputado Federal, José Augusto Nalin, acompanhou a visita técnica da EMBRAPA e está entusiasmado com o potencial do setor agrícola na região do entorno da baía de Guanabara e em outros locais do Estado do Rio de Janeiro. O setor rural do Estado, composto principalmente por pequenos agricultores familiares, nunca teve o apoio político necessário e merecedor. O Estado importa grande parte de seus alimentos e isso pode ser revertido com investimentos e apoio político para o setor agrícola, defendeu José Augusto. O deputado escutou atenciosamente algumas das necessidades dos técnicos e produtores locais e disse que vai trabalhar a favor dos projetos. Falou da importância de termos um representante no Legislativo Federal para apoiar o desenvolvimento rural do Estado do Rio de Janeiro e ainda incrementar, como agregadora de renda, a atividade do turismo rural e ecológico. José Augusto vem se aproximando do projeto AGRECOTUR e juntos pretendemos fortalecer a agroecologia e o turismo regional. O deputado já vai articular para apoiar o ônibus dos produtores orgânicos de Santo Aleixo na distribuição dos alimentos.
Texto Francisco Pontes de Miranda e fotos: Camila e Carneiro
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