Agroecologia e Meliponicultura: combinação perfeita para salvar nossos ecossistemas

A Professora Doutora, grande especialista em polinização e mel de abelhas indígenas, Genna Souza, da UESB, veio prestigiar o projeto AGRECOTUR

As pessoas precisam urgentemente de mais informações sobre a importância das abelhas e os perigos dos agrotóxicos. Este é um dos argumentos principais da Professora Doutora, Genna Souza, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) de Vitória da Conquista. Genna vem trabalhando com abelhas e meliponicultora desde sua formação em biologia, passando pela especialização, mestrado e doutorado. Hoje ela coordena as pesquisas sobre o assunto na UESB. Genna também atua em fóruns e movimentos contra os agrotóxicos e a monocultura. Segundo ela, há uma relação estreita entre a importância da polinização, realizada pelas abelhas, e os perigos de contaminação oferecidos pelos agrotóxicos. Genna defende investimentos num processo de informação para conscientizar as pessoas, principalmente as crianças, e, ao mesmo tempo trabalharmos para a transição da agricultura convencional para a agroecológica. A pesquisadora justificou explicando a direta relação entre as abelhas e a produção de alimentos. “Todas as plantas que cultivamos para alimentos dependem de um grau de polinização e 80% dependem exclusivamente das abelhas”, ressaltou Genna. A professora disse que a monocultura não resolve o problema da fome do mundo e sim a agricultura familiar. “Os venenos presentes nos agronegócios e na monocultura matam”, enfatizou a pesquisadora. Ela acredita que devemos investir num processo lento de transição e que este caminho é irreversível e parte do futuro, como garantia para nossa sobrevivência. Ela contou a história de mel brasileiro que foi exportado e devolvido por estar contaminado com agrotóxico e que vários países do mundo já estão eliminando os químicos agrícolas nas produções. Genna apontou a extrema relevância da polinização na natureza. “A polinização é o principal produto e depois a produção de mel”, disse ao explicar a importância do processo de polinização para a sobrevivência das florestas e da própria produção agrícola.

No Centro Cultural de Santo Aleixo foram instaladas caixas de abelhas nativas

No dia 6 de novembro de 2021, Genna participou como júri do sétimo concurso de meles de abelhas nativas, realizado no Parque Natural Municipal da Catacumba no Rio de Janeiro, e promovido pela Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro (AME-Rio). No mesmo local, no dia seguinte, aconteceu o lançamento de um livro didático de meliponicultura básica da professora Genna. A professora faz parte também da coordenação do projeto “Parque das Abelhas” que está sendo desenvolvido em Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. No Pará a professora participa de um projeto empresarial que investe na meliponicultura em Itaituba. A intenção também é que através da polinização garanta-se maior proteção da floresta.

Genna pretende voltar ao Centro Cultural para participar de eventos relacionados com a meliponicultura

No dia 8 de novembro de 2021, Genna veio conhecer o projeto AGRECOTUR em Santo Aleixo e visitou a sede da AME-Rio instalada no Centro Cultural. Ela veio nos prestigiar através de visita programada pelos membros da AME-Rio, Roque Lima e Hercilia Lima. Genna é agora mais uma parceria de nosso projeto e em breve virá participar de palestras e eventos relacionados com as abelhas nativas e todos os processos envolvidos. Existem várias publicações e vídeos com participação da Genna Souza que podem ser acessados na internet. Não deixem de pesquisar para conhecer mais ainda sobre as abelhas nativas e a polinização. Além disso, a professora recomenda o site: https://www.beeornottobe.com.br

Reportagem de Francisco Pontes de Miranda Ferreira e fotos do professor Carneiro