Dia de Campo da Soja Orgânica EDAMAME movimenta Centro Cultural de Santo Aleixo

A soja orgânica EDAMAME surge como produto promissor para a agroecologia da Baixada Verde. Dia de Campo agroecológico, organizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (EMATER-RJ), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Empresa Organosolo e o Centro Cultural de Santo Aleixo, recepcionou, no dia 22 de março de 2022, cerca de 40 produtores rurais, extensionistas, técnicos agrícolas e pessoas relacionadas e comprometidas com o desenvolvimento agroecológico da região. Na abertura do evento, o presidente do Centro Cultural, Luiz Carlos Carneiro, realizou uma homenagem, através de uma prece, para as vítimas das enchentes recentes na Região Serrana e arredores. Produtores da Baixada também foram atingidos pelas chuvas fortes e muitos não compareceram ao Dia de Campo por este motivo.

Em um primeiro momento, o coordenador do projeto de difusão da soja EDAMAME pela EMBRAPA, Mauro Sérgio Vianello Pinto, apresentou o produto e contou um pouco da história e das vantagens. “Trata-se de uma soja para ser consumida verde, na forma de hortaliça, antes da maturação. Daí passa por um processamento. Estamos trabalhando com a cultivar BRS 267. Esta soja é um alimento tradicional japonês e, até hoje no Brasil, predomina o produto importado. Já é muito comum no mercado da Europa e dos Estados Unidos. Nosso objetivo é ter mais da soja EDAMAME produzida no Brasil. Vemos enorme potencial para a agricultura familiar. Em nossa região encontramos solo, clima e mercado”, ressaltou Mauro Sérgio.

Num segundo e terceiro momentos, os participantes foram divididos em grupos para a estação do campo e para a estação do processamento. A Genki Alimentos forneceu espaço para conhecermos o processo de separação dos grãos, higienização e cozimento da soja. A pesquisadora da EMBRAPA, Ilana Felberg, explicou que a soja não pode ser consumida crua e nem se deve comer as folhas. Os procedimentos corretos são: colheita da soja verde, imersão para sanitização, cozimento das vagens, resfriamento e a preparação culinária. Finalmente a EDAMAME fica excelente em saladas ou torrada como aperitivo.

No campo os participantes conheceram as diferenças técnicas que podem ser aplicadas para a plantação da soja EDAMAME. Uma Unidade de Pesquisa e Diagnóstico foi instalada na área agroecológica do Centro Cultural e serve de apoio para o desenvolvimento do produto na região. No campo, os participantes do Dia de Campo, tiveram oportunidade de conhecerem a soja plantada com diversas técnicas: sem inoculante, com inoculante e com acréscimo do ORGANOSOLO e do adubo mineral. Nas plantações diferenciadas podemos observar os efeitos de cada tipo de tratamento. A pesquisadora da EMBRAPA, Cláudia Pozzi Jantala, afirmou que “trata-se de uma soja diferente daquele tipo commodity. Aqui consideramos como se fosse um milho verde. A soja se adaptou bem e a região tem excelentes condições para o seu desenvolvimento”. “As opções são muito variadas e o potencial nutritivo é fantástico. Vejo grande potencial para nossa região”, afirmou o extensionista de escritório de Magé da EMATER, Joel Silva. O representante da Associação dos Produtores Biológicos do Rio de Janeiro (ABIO RJ), Marconi Bezerra, ressaltou a necessidade de maior disseminação da soja para os produtores do Estado. O produtor rural da Capela, em Santo Aleixo, Reginaldo da Paixão Briere, está produzindo soja EDAMAME e trouxe para o evento uma amostra. “O potencial produtivo é enorme mas, por enquanto, a dificuldade está na comercialização, falta divulgação. As pessoas ainda não conhecem”, destacou Reginaldo. Joel Silva, da EMATER, também acentuou a “necessidade de uma mudança cultural para que este tipo de soja seja mais conhecido e aceita no mercado”.

A empresa Organosolo vem sendo parceira muito importante das atividades agroecológicas do Centro Cultural de Santo Aleixo. Aqui a empresa está realizando pesquisas relevantes para o desenvolvimento de seus produtos. A Organosolo ajudou o Dia de Campo diretamente com recursos financeiros. A empresa teve a presença de sua diretoria, Francisco Souza Dantas e José Luiz Natal Chaves, que trouxeram amostras para serem distribuídas para os participantes. “O nosso produto tem o objetivo de causar um impacto positivo no solo. O solo torna-se mais vivo e mais receptivo para as sementes e mais vagens são produzidas por planta” explicou José Luiz.

O secretário de Agricultura, Pesca e Abastecimento de Itaboraí, Abílio Flávio da Silva Pereira, veio prestigiar o evento e acredita no potencial da soja EDAMAME para o município. “Pretendemos incluir na merenda escolar, até para substituir produtos industrializados. Vamos chegar com a soja diretamente nos produtores e desenvolver no horto. Trabalhamos muito próximos com a EMATER”, enfatizou Abílio. Os representantes da Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro (AME – Rio), que possui um escritório no Centro Cultural de Santo Aleixo, também prestigiaram o Dia de Campo e ressaltaram a importância das abelhas na polinização da agricultura, fato que deve ter influenciado o sucesso de nossa produção. A AME-Rio possui no local uma mandala com abelhas nativas, que devem ter efeito em toda a nossa área de agroecologia próxima. O comerciante, José Augusto Nalin, também esteve no evento, acompanhou a visita técnica e falou de sua origem rural. Assumiu compromisso com a agroecologia da região. De todas as formas, foi um sucesso o Dia de Campo e outros eventos semelhantes precisam acontecer no Centro Cultural, que já se torna referência para o desenvolvimento agroecológico da região.

Agradecimentos da equipe de organização à Polícia Militar do Rio de Janeiro pelo apoio na segurança do evento.

Reportagem: Francisco Pontes de Miranda Ferreira

Imagens: Professor Carneiro