Fortalecimento da produção de alimentos e a importante colaboração dos veterinários
- agroecoturnoticias
- 20 de nov. de 2021
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Atualizado: 21 de nov. de 2021

A produção animal é uma das atividades principais da cultura agrícola e a demanda por veterinários na área rural é muito grande. O Estado do Rio de Janeiro ainda importa a maioria de seus alimentos, mas possui um enorme potencial para produzir a maior parte de sua demanda. O Estado é privilegiado com abundância de recursos hídricos, solos de alta qualidade e clima favorável. No entanto, falta vontade política para maiores investimentos na produção agrícola. A região do entorno da baía de Guanabara, especialmente nos municípios de Magé, Guapimirim e Cachoeiras de Macacu, possui ainda mais vantagens tanto de recursos hídricos quanto de qualidade dos solos.

No dia 20 de novembro de 2021, o Centro Cultural de Santo Aleixo recebeu uma turma de 25 alunos e professores do curso de veterinária da Universidade Santa Úrsula do Rio de Janeiro. Muitos alunos são formados em outras áreas e agora estão realizando o curso de veterinária. Tratou-se de um trabalho de campo extremamente relevante para a aproximação dos alunos de veterinária com o potencial rural de nossa região e com o projeto AGRECOTUR. “É uma contradição enorme, o Estado do Rio de Janeiro com todo este potencial para a produção de alimentos, em regiões próximas dos centros urbanos, e existir ainda gente passando fome. Nosso potencial agrícola é extremamente subaproveitado e existe muito espaço para os profissionais da área veterinária”, enfatizou o professor Aloísio Sturm do projeto AGRECOTUR. Aloísio recepcionou os alunos da Santa Úrsula com uma belíssima explicação técnica e histórica e enfatizou a alta qualidade de nosso solo e a abundância de recursos hídricos, além de detalhar as experiências de campo a serem desenvolvidas no projeto AGRECOTUR. Destacou também a importância do clima e a necessidade dos veterinários de aproximarem-se das diversas áreas do conhecimento. Aloísio colocou nosso espaço à disposição dos professores e alunos para parcerias diversas.

A maioria dos formandos em veterinária ainda opta pelas atividades nas cidades, embora a demanda no campo seja enorme. Fato que foi bem demonstrado pelo professor Aloísio. Ele disse que vai ficar muito satisfeito se, pelo menos, parte da turma sensibilizar-se com as possibilidades na área rural e afirmou que a demanda dos produtores agrícolas é grande. Trabalhos de campo como este realizado no Centro Cultural e na região agrícola de Santo Aleixo, têm como principal objetivo a aproximação dos veterinários da realidade do campo e de nossos projetos. A professora, Lícia Malavota Castelo Branco, com doutorado na ciência de produção de alimentos e com experiência em extensão rural, deseja muito aumentar a parceria com o projeto AGRECOTUR. “A Santa Úrsula é uma universidade urbana, poucos alunos conhecem de perto a realidade rural. Este trabalho de campo foi de extrema importância e queremos nos aproximar cada vez mais”, destacou Lícia. A aluna Taís Araújo relatou que foi a primeira visita técnica da turma e ressaltou a extrema importância deste tipo de atividade. “Os alunos precisam sair da teoria, aproximarem-se da prática da produção animal que é um campo importante para os veterinários”, defendeu o professor Tarcísio Rangel do Couto que é engenheiro agrônomo e demonstrou interesse de realizar trabalhos e pesquisas científicas em nosso espaço. Vários alunos afirmaram a relevância dos trabalhos de campo e ficaram muito satisfeitos de conhecerem melhor as opções rurais. Alguns manifestaram interesse imediato de realizarem trabalhos em parceria com o projeto AGRECOTUR.

Finalmente, a turma foi conhecer de perto uma prática pecuária numa fazenda de Santo Aleixo que produz queijo e comercializa ovos. Trata-se do Sítio Catumbí em Cachoeirinha, muito próxima do Centro Cultural de Santo Aleixo. “Os alunos de veterinária precisam conhecer melhor a realidade rural, estão muito urbanos”, apontou o professor da área de genética, Tulio Góes. A propriedade rural pertence ao casal Rominho de Oliveira Vargas e Solange Vargas que receberam os alunos e informaram que o sítio produz cerca de 100 litros de leite por dia. Rominho disse que a demanda por mais veterinários no campo é muito grande. A propriedade está aberta para a recepção de estudantes e visitantes e trata-se de uma oportunidade de divulgarem e comercializarem seus produtos, além de estarem contribuindo diretamente para a ciência.

Reportagem: Francisco Pontes de Miranda Ferreira
Fotos: Camila, Evelyn e Diego
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