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Meles do Brasil atingem alto grau de sofisticação, variedades e reconhecimento

  • agroecoturnoticias
  • 7 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de nov. de 2021


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Evento da AME elege o melhor mel

Francisco Pontes de Miranda Ferreira

Especialistas em mel elegem o melhor mel do país em evento da Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro (AME-Rio). Fizeram parte do júri professores que trabalham há anos com pesquisas relacionadas com o mel e chefs de cozinha de reconhecidos restaurantes do Rio de Janeiro que criam pratos sofisticados que utilizam o mel. A premiação aconteceu no Parque Natural Municipal da Catacumba na Lagoa, que é uma das áreas protegidas do município onde ocorre a criação de abelhas nativas, no dia 6 de novembro de 2021. Existem cerca de 300 espécies de abelhas nativas sem ferrão brasileiras e no concurso foram 71 tipos de meles a serem degustados pelo júri. O público presente também teve a oportunidade de experimentar meles de várias espécies de abelhas e produzidos em diferentes locais do Brasil. No concurso foram apresentados meles de 13 Estados e os critérios de avaliação incluíram: transparência, aroma, buquê e sabor. Sendo o aroma e o sabor de maior importância. Foi o sétimo evento deste tipo promovido pela AME-Rio. “A transformação de néctar da flor em mel é um processo altamente complexo. Existem concursos nos Estados Unidos, como o da Carolina do Norte com 600 concorrentes. Nosso potencial é ainda maior” argumentou o organizador do evento, Luiz Alberto Medina. Ele explicou para o público parte da complexidade envolvida na produção de bactérias e leveduras que proporcionam a enorme variedade de sabores. A avaliação do mel envolve uma roda com fatores que guiam a degustação em que o júri informa notas sensoriais, conhecida como Honney Connoisseur Aroma Tasting Wheel. O julgamento foi realizado com amostras sem qualquer identificação da origem chamado de “julgamento às cegas”. O campeão da competição foi o mel maturado da abelha Uruçu Amarela, produzida no Pará por Jaissy Ramos. Os três primeiros colocados do concurso podem colocar um selo em seu produto, com reconhecimento da AME-Rio, fato que beneficiou muito o último campeão que obteve grande elevação de suas vendas. Participaram do concurso oito tipos de mel produzidos no Estado do Rio de Janeiro e a AME-Rio instalou um polo no Centro Cultural Waldemar Mello em Santo Aleixo com a intenção de difundir a produção de meles nativos na região.

No evento foi apresentada uma caixa para abelhas redonda e fabricada com bioplástico e fibra de coco. “A caixa foi chamada de Airetama que utilizando a linguagem indígena significa a casa das abelhas indígenas sem ferrão”, explicou o fabricante, Carlos Alberto Zaldini. A caixa possui três módulos: lixeira, tampa e alimentador externo e tem 20cm de diâmetro, sendo muito vantajosa para as abelhas uruçu e mandasaia. O diretor técnico da AME-Rio, Sérgio Magarão destacou a importância do evento e disse que onde houver proximidade de flores deve-se produzir mel. Justificou e apontou assim as diversas áreas verdes da cidade do Rio de Janeiro onde a instituição instalou caixas para as abelhas nativas. Uma história interessante é a de Cristina Miranda de São Gonçalo que assustada com as abelhas em sua churrasqueira matou os insetos. Depois de ter sido informada pelo filho de que eram as importantes abelhas jataí mudou de comportamento. Hoje está afiliada a AME-Rio e pretende desenvolver a criação de abelhas em um sítio. A professora da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Monika Barth, pesquisa o pólen em produções agrícolas e a sua origem vegetal. “O pólen é o indicador da origem, precisam dar mais importância a este tipo de pesquisa. Infelizmente, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro não tem ninguém estudando isso”, enfatizou Monika. A pesquisadora demonstrou enorme preocupação com os agrotóxicos. Finalmente, o responsável pela empresa Mbee, Eugênio Basílio, que comercializa meles de todo o Brasil para vários restaurantes e mercados sofisticados, ressaltou a enorme sofisticação do mel do país e seu enorme potencial internacional. Ele citou diversos chefs de cozinha de restaurantes do Rio e de São Paulo, altamente reconhecidos, que utilizam o mel em sua culinária, sendo elemento da alta gastronomia. Eugênio ressaltou que “avançamos muito, mas precisamos avançar muito mais, a divulgação é muito importante”. A presidente da AME-Rio, Celicina de Fátima Ferreira, ficou muito satisfeita com o evento e apontou a enorme importância de espalharmos cada vez mais a meliponicultura e engradecermos as abelhas nativas com todo o seu potencial.



O evento teve a privilegiada visita de um dos fundadores da AME-rio e prestigiado professor da UFRRJ, Walter Gresley

Fotos do professor Carneiro

1 Comment


Arinda Mello
Arinda Mello
Nov 07, 2021

Muito interessante!!🐝🐝👏👏👏👏👏

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