Meliponicultores criam importante parceria com o projeto AGROECOTUR
- agroecoturnoticias
- 6 de ago. de 2021
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Francisco Pontes de Miranda Ferreira
A Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro (AME-Rio) está criando um polo no Centro Cultural Waldemar Mello em Santo Aleixo com a intenção de difundir a produção de meles nativos da região. Existem cerca de 300 espécies de abelhas nativas sem ferrão brasileiras. O termo meliponário está relacionado à tribo das abelhas melíponas e foi utilizado pela primeira vez pelo pesquisador Paulo Nogueira Neto que se tornou referência no estudo desses insetos. Alguns exemplos mais conhecidos são as abelhas uruçu amarela, jataí, iraí, guaraipo, abelha mirim, melípona manduri e mandacaia. A abelha possui muita importância para a polinização da floresta e da própria agricultura. Colaboram diretamente para a maior produção de frutas e sementes e são, portanto, essenciais para a cadeia alimentar. O desmatamento colocou algumas abelhas nativas em condição de risco de extinção. “A diferença entre a meliponicultora e a apicultura é que a apicultura trabalha com as abelhas africanizadas trazidas da Europa na época da colônia, principalmente para a produção de cera para a fabricação de velas. A africana brava produz grande quantidade de mel e por isso foi trazida para o Brasil. Acontece que saiu do controle e as abelhas exóticas se espalharam pelo Brasil”, explicou a presidente da AME-Rio, Celicina de Fátima Ferreira. As abelhas melíponas eram desconhecidas na Europa antes da colonização por só serem encontradas no continente americano na região tropical.
Celicina contou que o desmatamento descontrolado pode prejudicar muito as abelhas e consequentemente a própria Mata Atlântica, já que as abelhas possuem papel extremamente relevante na cadeia biológica da floresta. O potencial para a região de Magé e Guapimirim desenvolverem a meliponicultura depende diretamente da preservação ambiental. A AME-Rio vai incrementar no Centro Cultural cursos, laboratório de pesquisa e a difusão. A instituição faz um trabalho importante de introdução das abelhas nativas nas Unidades de Conservação do Rio de Janeiro como Parque Nacional da Tijuca, Prainha, Bosque da Barra, Parque Chico Mendes, Marapendi e no Pão de Açúcar. Celicina ressaltou também o perigo dos agrotóxicos contaminares as abelhas, fato que acaba prejudicando todo o ciclo natural.
A AME-Rio foi fundada em 2007 e tem mais de 100 sócios que colaboram com uma taxa mínima. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivos “preservar as abelhas indígenas sem ferrão; desenvolver e divulgar as técnicas de manejo; congregar meliponicultores, pesquisadores e admiradores da atividade em um intercâmbio técnico, cultural e social; promover esforços para a proteção do meio ambiente; manter parcerias com entidades preservacionistas; realizar feiras, palestras e os mais diversos encontros para difundir a meliponicultura e seus produtos”, de acordo com informativo institucional.
Nunca destruam os ninhos das abelhas sem ferrão que ajudam na preservação ambiental, não fazem mal e produzem meles.
Quem quiser mais informações sobre o assunto pode procurar no site da AME-Rio: www.ame.rio.org e entrar em contato pelo endereço eletrônico: redator@ame-rio.org
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