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Biossistema no Quilombo do Feital: saneamento, turismo, educação e fortalecimento das comunidades

  • agroecoturnoticias
  • 6 de abr. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de abr. de 2023



O saneamento para muitas comunidades deve ser realizado através de biossistemas integrados compostos por biodigestores, filtros e zonas de raízes, ideais para pequenas e médias aglomerações rurais e urbanas. O biossistema resolve o problema do esgoto no próprio local sem a necessidade de redes extensas e de elevatórias e bombeamentos e não utiliza produtos químicos e energia. Além disso, oferece como subprodutos o biogás, que pode ser utilizado numa creche ou escola para cozinhar alimentos, e o adubo orgânico. A água é devolvida para o ambiente com mais de 90% de pureza. Os biossistemas integrados são construídos utilizando tecnologia e materiais de fácil acesso e grande durabilidade, permitindo a utilização de mão de obra da própria comunidade, reduzindo o custo de implantação e construídos de forma artesanal. Trata-se de um conjunto de equipamentos especialmente projetados para replicar os processos naturais de forma eficiente e controlada, processados em biodigestores, filtros de contato e zonas de raízes. O primeiro biossistema instalado em Magé foi no ano de 2000 no Colégio Estadual Agrícola em Conceição do Suruí.



A tecnologia está sendo trazida para Magé e beneficiando a população do Quilombo do Feital, localizado em Piedade. A comunidade já está avançando no Turismo de Base Comunitária (TBC) e o biossistema integrado fortalecerá a visitação e o reconhecimento do local. “O maior problema hoje na área rural de Magé é o saneamento e as soluções apresentadas são muito caras. Essa tecnologia pode chegar aos produtores rurais através da extensão. Assim investimos também na saúde, e os dejetos podem ainda ser aproveitados. No Feital, além do curso, teremos um sistema funcionando”, argumentou o chefe do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Estado do Rio de Janeiro (EMATER), Edson Rodrigues da Cruz.


“Trata-se de mais uma ação para o fortalecimento do Turismo de Base Comunitária (TBC) da Rede Nós da Guanabara, formada pelo Quilombo do Feital, Associação de Caranguejeiros e Amigos do Mangue de Magé, Associação de Pescadores e Catadores de Itambi, Cooperativa Manguezal Fluminense e Cooperativa Manguezais da Guanabara. A pesca artesanal e a cata de caranguejos têm diminuído muito devido à poluição, principalmente ocasionada por esgoto e despejos industriais. O TBC é uma alternativa de renda importante por meio de passeios, hospedagem, artesanato e gastronomia”, destacou o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da Área de Proteção Ambiental Guapi-Mirim (APA Guapimirim), Olivar Bendelak. Segundo ele, o biossistema, além de despoluir e promover saúde, pode tornar-se uma atração para os visitantes. “Trata-se de um dos eixos do projeto Guanamangue com apoio da Organização Onda Azul. Participam do curso teórico e prático: comunitários da Rede Nós da Guanabara e técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da EMATER – RJ”, disse Olivar. “Não tinha ideia das possibilidades proporcionadas pela biossistema. Estamos implantando um piloto, vamos ganhar visibilidade, respeito e fortalecer as ações do Quilombo como turismo e educação”, afirmou a liderança do Quilombo do Feital, Valdirene Couto Raimundo.



A diretora de meio ambiente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Maria Aparecida Souza de Resende (Cida), destacou que se trata de um sonho sendo realizado. “Venho defendendo o biodigestor como a grande alternativa para as nossas diversas pequenas comunidades rurais e urbanas, principalmente as que estão fora da área atingida pela concessão”, argumentou Cida. Ela defende as tecnologias desenvolvidas nos princípios das Soluções Baseadas na Natureza (SBN), que surgem por todo o planeta. “Nossa tecnologia permite que os nutrientes retornem para a natureza para serem utilizados nas plantações e, além disso, geramos o biogás para ser usado na cozinha. O biossistema cria reconhecimento comunitário, dá visibilidade e torna-se um atrativo para os visitantes”, afirmou Valmir Fachini, coordenador do curso prático que vai instalar um biossistema no Feital. Ele enfatizou a importância da participação de comunitários, gestores e técnicos. “Trata-se da reciclagem de nutrientes da biomassa”, conclui Fachini.



Os moradores do Feital, Luiz Couto Raimundo Gomes e Rogério José da Silva, estão trabalhando como mão de obra para a construção do biossistema. “Nunca tinha visto esse tipo de construção e solução. É uma questão de saúde, de higiene”, afirmou; Luiz. “Estou aprendendo muito, ganhando experiência para fazer outros iguais. Acho importante espalhar a tecnologia por toda a região”, apontou Rogério. Marilza Couto da Silva, também moradora do Feital, está pegando pesado na obra, preparando a massa. “Estamos promovendo saneamento e fortalecendo o turismo, isso é muito importante, e estamos tendo a oportunidade de conhecer coisas novas”, disse Marilza. “Vamos tentar implantar um sistema desses em nossa comunidade”, defendeu Maria Marly do Nascimento, da Associação de Pescadores da Praia de Mauá. Márcia Regina Correa Santos, de Suruí, apontou a urgência para que os biossistemas sejam implantados em toda a região. “trata-se de uma ação urgente”, ressaltou.



Reportagem: Francisco Pontes de Miranda Ferreira

Fotografia: Yzadora de Souza - Onda Azul

Revisão: Sueli Carneiro

1 Comment


bragamarcelo860
Apr 08, 2023

Eu estou precisando de fazer um

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